Todos pela Natureza!

sábado, 22 de outubro de 2011

Após protesto indígena kaiabi, Ibama suspende audiência sobre construção de usina no Rio Teles Pires

A Diretoria de Licenciamento Ambiental do Ibama decidiu, hoje (20), adiar por duas semanas as audiências públicas sobre a construção da Usina Hidrelétrica São Manoel, agendadas entre 22 e 25 de outubro, em Paranaíta e Alta Floresta, em Mato Grosso, e Jacareacanga, no Pará. A decisão é consequência do protesto da etnia Kayabi que fez reféns funcionários da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) em protesto contra as obras no rio Teles Pires.

A EPE pretende licitar a usina em leilão marcado para o dia 20 de dezembro. As audiências do Ibama deveriam discutir o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) do empreendimento com as comunidades afetadas.

Cacique Kawaip Kayabi

Taravy Kayabi, liderança indígena da Terra Indigena Kayabi, divulgou uma nota explicando o motivo do protesto. Ele diz que os índios tomaram medidas radicais com o objetivo de serem escutados. "Como deve ser do conhecimento de vocês estamos sendo atropelados pelo Governo que pretende construir várias barragens no entorno de nossa terra" - frisou o líder.

O índio relatou que a comunidade aceitou fazer parte dos estudos e que tem procurado manter diálogo com os empreendedores e a Funai, preocupados, notamente, segundo ele, com os impactos que causarão as obras na vida dos índios. "Mas estamos sendo sumariamente desrespeitados. Já estamos vendo a barragem de Teles Pires ser construída e até agora, mesmo após a licença de Instalação nenhum programa nos foi apresentado".

O kayabi acrescenta: "Mal pudemos saber melhor desse processo e agora o governo quer fazer audiência pública de São Manoel sem que os estudos na terra indígena tenham terminado. O próprio antropólogo nos contou que tem somente uma semana para apresentar o estudo. Por isso tomamos a decisão, junto com as lideranças Apiacá e Munduruku".

Os índios aprisionaram na aldeia quatro representantes da Funai, dois de Brasília e dois coordenadores técnicos, dois representantes da EPE e o antropólogo responsável pelo estudo. Eles ficarão presos "até que o governo venha em nossa aldeia para conversar".

Taravy diz que tudo tem sido muito acelerado para construir essas barragens. Em contrapartida, as principais reivindicações dos índios não tem sido atendidas. No protesto, ele cita a demarcação da terra kayabi." Dissemos não a essas barragens e queremos que essa audiência não aconteça com a pressa que o governo quer. Seria muito importante que a imprensa soubesse dessa nossa ação e pedimos para que eles venham acompanhar nossa reivindicação e para que tudo aconteça de forma pacífica.”

As três audiências públicas tinham o objetivo de discutir o Estudo de Impacto Ambiental - EIA e Relatório de Impacto Ambiental - RIMA do Aproveitamento Hidrelétrico São Manoel, com capacidade instalada de 700 MW. A barragem da usina ficará a aproximadamente 1.200 metros acima da foz do Rio dos Apiacás. O barramento formará um reservatório com área total de 63,96 km², que atingirá área dos municípios de Paranaíta, em Mato Grosso, e Jacareacanga, no Pará.

Fontes: 
Agência Brasil
Redação 24 Horas News

Saiba um pouco da etnia Kaiabi

 

Os Kaiabi, em sua maioria, habitam atualmente a área do Terra Indígena Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. Falam uma língua da família do tupi-guarani. A quase totalidade dos Kayabi que habitam o Parque do Xingu e são bilíngües e dominam, bem o português. 

O perfil do líder Kaiabi sofreu algumas transformações nas últimas décadas. O contexto no qual ocorreu a formação das grandes aldeias multi-familiares também foi palco do surgimento de um novo tipo de chefe. No lugar do antigo wyriat, homem velho e aguerrido, cabeça de uma grande família extensa, origem mesma de sua autoridade (Grünberg 1969: 126), encontramos agora jovens líderes cuja principal característica é a maior desenvoltura no relacionamento com os brancos. Este talvez seja o principal papel do novo líder, o de mediador entre índios e brancos e, conseqüentemente, meio de acesso aos bens e serviços da sociedade envolvente agora tornados uma necessidade. Contudo, esta aparente transformação preservou certos princípios estruturais anteriores. Assim como o antigo chefe, o novo líder deve 'cuidar' de seus seguidores e seu poder está baseado em sua habilidade como mediador. Basicamente, sua autoridade advém de sua habilidade, dinamismo e iniciativa na relação com os brancos. Segundo alguns informantes, a chefia teria sido uma posição transmitida em linha paterna para o primogênito. Não há, porém, informações seguras a este respeito.

Todo humano, assim como muitos animais, possui uma ai'an, conceito que podemos traduzir aproximadamente por "alma". Os homens não são dotados automaticamente de uma ai'an ao nascerem. Eles a recebem junto com o nome, o que os incorpora de fato à sociedade em que vivem. Os que não recebem esta alma não se tornam humanos, são apenas seres empalhados, um invólucro sem vida (Grünberg 1970: 155).

Os Kaiabi sempre tiveram muitos xamãs. O xamanismo desempenha um papel fundamental no modelo de sociedade ideal concebido por eles. Os xamãs são os intermediários entre o mundo natural e sobrenatural. De uma maneira geral, podem ser vistos como restauradores de situações sociais tomadas como desajustamentos no curso normal da existência (Travassos 1984: 183). A iniciação xamânica é tida como uma viagem empreendida por ocasião de uma doença grave ou acidente, um momento liminar entre o plano da realidade cotidiana e o da realidade sobrenatural.

Os Kaiabi são um povo tradicionalmente guerreiro, como se depreende de suas narrativas míticas, de suas histórias de guerras passadas, de sua vida ritual e dos depoimentos de brancos que com eles tiveram contato. O mais importante momento de sua vida ritual era a celebração do Yawaci, época em que várias aldeias se reúniam para ouvir os cantos dos guerreiros. Este ritual estava associado à morte de um inimigo e posterior quebra dos ossos de seu crânio, sendo condição de iniciação dos jovens guerreiros. Embora atualmente não haja mais guerras, nem cabeças de inimigos, os Kaiabi têm voltado a realizar o Yawaci. Como observou Elisabeth Travassos, em um contexto de recuperação étnica, eles teriam escolhido este ritual como o mais apropriado para representar a imagem que mais prezam de si mesmos e com a qual mais se identificam, a de guerreiros.

Enriquecimento de áreas florestais acelera recuperação

ESALQ - USP

Rodovias, anéis viários, aeroportos, praças esportivas e uma série de intervenções urbanísticas representam obras de infraestrutura promovidas a partir de desmatamentos legalizados. No entanto, o aproveitamento dessas áreas a partir do resgate de mudas destinadas à restauração de mata ciliar (APP) e Reservas Legais previstas no Código Florestal hoje em vigor ainda é algo recente. “Esse tipo de ação barateia custos e aumenta as possibilidades de restauração em todo o Brasil”, comenta Sergius Gandolfi, professor do Departamento de Ciências Florestais (LCB), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba.

Em um dos trabalhos orientados por Gandolfi, a bióloga Milene Bianchi dos Santos avaliou a eficiência de diferentes métodos de enriquecimento, como a transferência de plântulas da regeneração natural para produção e introdução de mudas de espécies de sub-bosque em um fragmento de Floresta Estacional Semidecidual em processo de restauração no Estado de São Paulo. Inserida no programa de pós-graduação em Recursos Florestais, a pesquisadora atuou em uma área no município de Santa Bárbara d’Oeste (interior de São Paulo). “O enriquecimento dessas áreas por meio da introdução de diferentes espécies, formas de vida e grupos funcionais busca acelerar o restabelecimento da complexidade estrutural e funcional a fim de perpetuar o fragmento”, explica a bióloga.

O estudo segue uma nova linha de pesquisa realizada no Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal (LERF) para o desenvolvimento de técnicas de intervenção e manejo em áreas em processo de restauração Na prática é feita uma coleta de material antes do desmatamento, as plântulas são levadas para o viveiro para a formação de mudas e plantadas em campo para o enriquecimento de uma área. “Este trabalho pode gerar subsídios para elaboração de políticas públicas visando a coleta deste material como medidas compensatórias e mitigadoras para o licenciamento ambiental de grandes empreendimentos”, comenta a pesquisadora.

Transferência de mudas

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o trabalho observou que a comunidade de plântulas encontrada na área que seria desmatada representou uma fonte importante de plântulas para a produção de mudas com elevada diversidade regional e diferentes formas de vida. Foram coletadas plântulas de uma floresta nativa no município de Guará (próximo à Franca, no interior de São Paulo) que seria legalmente suprimida e, em seguida, transferidas para o viveiro para a produção de mudas.

Após dez anos, há pouca regeneração natural e necessidade de enriquecimento

Posteriormente, mudas de vinte espécies foram plantadas no fragmento de floresta em Santa Bárbara d’Oeste e apresentaram elevadas taxas de sobrevivência. Nesta mesma área foi realizado o plantio de plântulas e mudas de espécies de sub-bosque produzidas em viveiro. Foram plantadas sete espécies de plântulas e dez espécies de mudas na entrelinha do plantio original, que durante o período de avaliação apresentaram elevadas taxas de sobrevivência. “A produção de mudas a partir das plântulas coletadas possui a fase inicial de viveiro como a fase mais crítica em relação à sobrevivência (60%), mas está dentro da faixa de resultados já observados e ainda possui a vantagem de suprimir fases desconhecidas para a maioria das espécies, como a fase de germinação e estabelecimento inicial. O plantio de plântulas e mudas de espécies de sub-bosque para o enriquecimento de áreas em processo de restauração demonstrou ser viável pela elevada sobrevivência em campo, acima de 90%”, conclui.

Sergius Gandolfi
(19) 34294268 (ramal digital 230)
sgandolf@esalq.usp.br

Autor: Caio Albuquerque - Fonte: Esalq

Prática de esportes desenvolve o cérebro, diz pesquisa


De acordo com cientistas, fazer artes marciais, dança, natação, entre outros esportes, pode favorecer o bombeamento de sangue o que sugere mais oxigênio pelo corpo.

É comum falar sobre os benefícios da prática de exercícios físicos, principalmente, para o corpo e pela saúde. Entretanto, as informações sobre a melhoria que o esporte pode causar no cérebro dos praticantes ainda são pouco compartilhadas.

De acordo com cientistas, fazer artes marciais, dança, natação, entre outros esportes, pode favorecer o bombeamento de sangue o que sugere mais oxigênio pelo corpo. Se os exercícios forem regulares os riscos de a pessoa sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) são reduzidos.

As pesquisas sobre esta relação foi coordenada pelo professor do Departamento de Neurologia da Unicamp, Li Li Min. Segundo ele, os exercícios estimulam a criação de novos neurônios, o que contradiz a informação de que as pessoas nascem com uma quantidade certa de neurônios e tais números diminuem ao longo dos anos."Além de possibilitar o ganho de novos neurônios, o exercício aumenta a capacidade de interação e comunicação entre eles, que é o que chamamos de sinapse", afirma Min.

Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores analisaram imagens cerebrais de oito lutadores de judô, oito corredores de maratonas de longa distância e 20 sedentários. Naqueles que praticam esportes foi percebido uma aumento na massa cinzenta. Tal “ampliação” da massa do cérebro também foi uma descoberta. Acreditava-se que apenas algumas doenças poderiam causar este aumento do órgão, mas o professor Min apontou que, assim como os músculos do corpo, o cérebro também pode “ganhar massa” e dependendo de qual região isto ocorre, o ganho está associado à determinada prática esportiva.

"A pesquisa serviu para mostrar a capacidade adaptativa do cérebro aos exercícios. Se a prática de esportes pode influir inclusive na plasticidade da massa cinzenta, fazendo com que áreas do cérebro se desenvolvam mais, isso indica que os benefícios das atividades físicas são mesmo inegáveis à mente", afirma Min. Com informações de Vida Simples.



Pesquisadores analisaram imagens cerebrais de oito lutadores de judô, oito corredores de maratonas de longa distância e 20 sedentários.


Fontes:
Exame
Ciclo Vivo

O maior barco do mundo movido a energia solar, o MS TURANOR PlanetSolar


O catamarã tem 537 m² de painéis fotovoltaicos ou células solares e capacidade de gerar um megawatt de energia para velejar em alto mar.

Heading to Singapour

O maior barco do mundo movido a energia solar, o MS TURANOR PlanetSolar, partiu na última segunda-feira (17) de Cingapura para Mumbai, como parte de sua jornada de 18 meses ao redor do mundo.

Sunrise Geluk Island

O barco, que começou sua jornada em 27 de setembro de 2010 a partir do porto de Mônaco, irá viajar por todo o Oceano Índico e o Canal de Suez antes de finalmente retornar ao Mediterrâneo, onde planeja atracar de volta em Mônaco, em maio do próximo ano.

Intact corals 

"Vamos visitar Phuket, no sul da Tailândia, e em seguida, fazer escala em Sri Lanka e alcançar Mumbai pelo meio ou no final do próximo mês," disse um porta-voz do PlanetSolar.

Wonderful diving...
 

O barco é uma inovação suíça que dá apoio às energias verdes em alto-mar, conforme explica o idealizador do projeto Raphael Domjan.

PlanetSolar island Geluk


O catamarã tem 537 m² de painéis fotovoltaicos ou células solares e capacidade de gerar um megawatt de energia para velejar em alto mar. Ele já navegou cerca de 40 mil quilômetros e visitou Miami, Cancun, Panamá, Ilhas Galápagos, Bora Bora, Tonga, Brisbane, Manila e Hong Kong. Segundo o porta-voz, a rota a partir de Mumbai ainda não foi fixada.



“O PlanetSolar está por trás de muitos avanços tecnológicos, especialmente no campo da fabricação de materiais compostos e armazenamento de energia solar," disse Domjan que lidera a missão de energia verde no catamarã de 35 metros de comprimento e 23 metros de largura.


Docking in Singapore

O barco chegou a Cingapura em 22 de setembro para reparo, depois de ter navegado através de tufões e monções do Mar da China Meridional, Hong Kong e Vietnã.


Cifonauta lançado pela USP, mais de onze mil imagens marinhas



Compartilhar informações científicas e divulgar a biodiversidade marinha através de um banco com mais de 11 mil imagens. Este é o objetivo do Cifonauta, lançado recentemente pelo Centro de Biologia Marinha (Cebimar) da Universidade de São Paulo (USP). A plataforma aborda temas de interesse de biólogos e pesquisadores que estudam o meio ambiente marinho e do público em geral.

De acordo com a USP, o projeto criado pelos pesquisadores Álvaro Esteves Migotto e Bruno Vellutini precisou de dois anos para a montagem do processo referente ao banco de imagens, entre o início das programações e as fases de teste em sistema fechado. O conteúdo apresenta referências bibliográficas, com uma ficha técnica do organismo contendo seu tamanho, local de origem e nome científico, por exemplo.

A estrutura de buscas se dá por meio de diversos marcadores ou pela classificação taxonômica – divisão por reino, filo, classe, até chegar à espécie desejada.

O conteúdo do banco está sob a licença de uso Creative Commons, que permite a divulgação desde que dados os devidos créditos do trabalho e que seja utilizado para fins não comerciais, sem necessidade de pedir autorização para isso.

As fotos veiculadas no banco de imagens são feitas com diversas técnicas. Normalmente câmeras digitais são acopladas em microscópios ópticos ou eletrônicos, dependendo do organismo fotografado, podendo ser aumentada a resolução em até mil vezes.

Outra técnica, pouco utilizada por ter um custo bastante elevado, consiste no uso de um microscópio eletrônico de varredura (MEV), utilizando-se de um feixe de elétrons para realizar a fotografia, por meio de um processo altamente sofisticado.

“Temos uma costa oceânica imensa e conhecemos muito pouco sobre ela. É neste sentido que as imagens são bons instrumentos de divulgação para a biologia marinha, pois despertam a curiosidade e a reflexão sobre a enorme diversidade dos oceanos”, destacou Vellutini à Agência Fapesp.





Plataforma LAC-Brasil - Inovação Agropecuária



A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) lançaram, em San José, capital da Costa Rica, a Plataforma América Latina e Caribe-Brasil de Inovação Agropecuária (LAC-Brazil Agricultural Innovation Marketplace).

A iniciativa, destinada a contribuir para as ações de desenvolvimento agrícola nos países da região, será lançada durante o Encontro de Ministros de Agricultura das Américas, organizado pelo IICA, entre os dias 19 e 21 de outubro de 2011 e do qual o diretor-presidente da Embrapa Pedro Arraes Pereira estará representando o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.

A Plataforma LAC-Brasil tem como foco gerar benefícios para os pequenos agricultores. Será executada na parceria entre Embrapa e oInstituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), agência especializada do Sistema Interamericano, cujo principal objetivo é promover uma sociedade mais inclusiva, visando o desenvolvimento competitivo e sustentável da agricultura nas Américas e no Caribe.

Assim como ocorreu na Plataforma África-Brasil de Inovação Agroecuária - Africa-Brazil Agricultural Innovation Marketplace (confira abaixo outras informações sobre este tema) a LAC-Brasil também seguirá um cronograma para inscrição de projetos, seleção dos mesmos e a execução dos trabalhos.

As áreas temáticas em potencial são as que tratam da melhoria da produtividade, da gestão de recursos naturais, do fortalecimento da política (institucional e de mercado), da gestão do conhecimento e de tecnologias para a agricultura familiar (que possibilitem a melhoria do fluxo de caixa na pequena propriedade, por exemplo). No entanto, durante a reunião é possível que sejam adicionados outros temas.

A LAC-Brasil foi inspirada no sucesso da Plataforma África-Brasil de Inovação Agroecuária (Africa-Brazil Agricultural Innovation Marketplace), instalada pela Embrapa e pelo Fórum para Pesquisa Agropecuária na África (FARA), em maio de 2010. Nesse caso, as instituições africanas de pesquisa e desenvolvimento, sejam elas públicas ou privadas, foram encorajadas a inscrever projetos direcionados ao desenvolvimento da agricultura de países daquele continente. 

Foram selecionados 10 projetos, que atualmente estão em execução sob a liderança de pesquisadores de Unidades da Embrapa e de organizações africanas. Com foco na melhoria da produtividade agrícola e do manejo dos recursos naturais e outros pontos, os projetos seguem a ideia básica de contribuir para o combate à pobreza.

Além da Embrapa e do IICA, a Plataforma América Latina e Caribe-Brasil de Inovação Agropecuária conta com o apoio inicial do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI), do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores(MRE), do Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), do Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e daOrganização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação(FAO).

Clique aqui para obter mais informações sobre a Reunião de Ministros de Agricultura das Américas.

FONTE

Embrapa
Secretaria de Relações Internacionais (SRI)
Deva Rodrigues - Jornalista
Telefone ( 55 61) 3448-1781

Links referenciados:

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - https://www.fao.org.br/

Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura
http://www.iica.int/Esp/regiones/sur/brasil/Paginas/default.aspx

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
http://www.agricultura.gov.br/

Africa-Brazil Agricultural Innovation Marketplace
http://www.africa-brazil.org/

Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola
http://www.ifad.org/

Fórum para Pesquisa Agropecuária na África
http://www.fara-africa.org/

Centro Internacional de Agricultura Tropical
http://www.ciat.cgiar.org/Paginas/index.aspx

Banco Interamericano de Desenvolvimento
http://www.iadb.org/pt/banco-interamericano-de-desenvolvimento,2837.html

Ministério das Relações Exteriores
http://www.itamaraty.gov.br/

Agência Brasileira de Cooperação
http://www.abc.gov.br/

Deva Rodrigues
deva.rodrigues@embrapa.br

1º Encontro de ministros
http://www.iica.int/esp/ministros2011/Paginas/default.aspx

Embrapa
http://www.embrapa.br/

A política agrícola brasileira e o elevado e “alarmante consumo” de agrotóxicos no Brasil


Entrevista especial com a engenheira agrônoma Flávia Londres, consultora da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa – AS-PTA

O elevado e “alarmante consumo” de agrotóxicos no Brasil é resultado “de um conjunto de opções políticas adotadas pelo país, que remonta aos anos 1960”, esclarece Flávia Londres, autora do livro lançado na semana passada, Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida. Segundo ela, há 50 anos o Brasil potencializou investimentos em um modelo agrícola de monocultura que incentiva o uso de agrotóxicos nas plantações.

As isenções fiscais e tributárias também têm favorecido a comercialização do produto no país e fazem parte da política expansionista do agronegócio. “O governo federal concede redução de 60% da alíquota de cobrança do ICMS a todos os agrotóxicos e isenta completamente de IPI, PIS/Pasep e Cofins os agrotóxicos fabricados a partir de uma lista de dezenas de ingredientes ativos (incluindo alguns altamente perigosos como o metamidofós e o endossulfam, que recentemente tiveram o banimento determinado pela Anvisa)”, informa a engenheira agrônoma em entrevista concedida por e-mail.

Em função das lavouras transgênicas, Flávia menciona que cresce no Brasil a comercialização de agrotóxicos. “Segundo estimativas da indústria de biotecnologia, mais de 75% das lavouras transgênicas cultivadas no Brasil são de soja transgênica da Monsanto tolerante ao Roundup (herbicida à base de glifosato). Não por acaso, o consumo de glifosato no Brasil saltou de 57,6 mil para 300 mil toneladas entre 2003 (ano da autorização da soja transgênica no país) e 2009, segundo dados divulgados pela Anvisa”, menciona.
Flávia Londres é formada em Engenharia Agrônoma pela Universidade de São Paulo – USP e atualmente é consultora da Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa – AS-PTA.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – A que atribui a aceleração do uso de agrotóxicos no Brasil? Por que o país começou a investir nesses produtos?

Flavia Londres – O alarmante nível de consumo de agrotóxicos que alcançamos nos últimos anos (o Brasil conquistou a liderança mundial em 2008 e desde então os volumes usados continuam aumentando) é resultado de um conjunto de opções políticas adotadas pelo país, que remonta aos anos 1960 – época em que o modelo de agricultura hoje dominante, das grandes monoculturas baseadas no uso de sementes melhoradas, forte mecanização, adubação química e agrotóxicos, começou a ser difundido com grandes incentivos. A partir de então, a pesquisa, o ensino, o crédito e a assistência técnica oficial voltaram-se para a promoção deste tipo de agricultura.

Teve papel central neste processo a criação, em 1965, do Sistema Nacional de Crédito Rural, que vinculava a obtenção de crédito agrícola à obrigatoriedade da compra de insumos químicos pelos agricultores. Outro elemento-chave foi a criação, em 1975, do Programa Nacional de Defensivos Agrícolas, no âmbito do II Plano Nacional de Desenvolvimento – PND, que proporcionou recursos financeiros para a criação de empresas nacionais e a instalação no país de subsidiárias de empresas transnacionais de insumos agrícolas.

Outro elemento de destaque a ser mencionado são as isenções fiscais e tributárias concedidas, até hoje, ao comércio de agrotóxicos. O governo federal concede redução de 60% da alíquota de cobrança do ICMS a todos os agrotóxicos e isenta completamente de IPI, PIS/Pasep e Cofins os agrotóxicos fabricados a partir de uma lista de dezenas de ingredientes ativos (incluindo alguns altamente perigosos como o metamidofós e o endossulfam, que recentemente tiveram o banimento determinado pela Anvisa). Além das isenções federais, há as isenções complementares determinadas pelos estados – na maior parte dos casos a isenção de impostos para atividades envolvendo agrotóxicos chega a 100%.

Mais recentemente, a difusão das lavouras transgênicas no país também contribuiu decisivamente para o crescimento deste mercado. A soja transgênica tolerante à aplicação do herbicida (mata-mato) glifosato representa mais da metade de todos os transgênicos plantados no mundo. Segundo estimativas da indústria de biotecnologia, mais de 75% das lavouras transgênicas cultivadas no Brasil são de soja transgênica da Monsanto tolerante ao Roundup (herbicida à base de glifosato). Não por acaso, o consumo de glifosato no Brasil saltou de 57,6 mil para 300 mil toneladas entre 2003 (ano da autorização da soja transgênica no país) e 2009, segundo dados divulgados pela Anvisa.

Outra informação que chama a atenção é o aumento recente da importação de agrotóxicos de países como a China. Em alguns casos, a proibição de certos ingredientes ativos em outros países levou ao aumento da sua importação pelo Brasil. É o caso do metamidofós, cuja importação mais que dobrou depois que o produto foi proibido na China, em 2008. Ou seja, viramos mercado consumidor para produtos perigosos banidos em outros países.

Por fim, acredito que também tenha papel relevante no uso abusivo de venenos a ineficiência da fiscalização pelos órgãos oficiais. A legislação brasileira determina uma série de restrições e limites ao uso dessas substâncias, mas na prática não acontece qualquer tipo de controle.

IHU On-Line – Que avaliação faz da legislação brasileira sobre agrotóxicos? Quais são os principais desafios da legislação em relação à segurança do produto?

Flavia Londres – A legislação brasileira sobre agrotóxicos não é ruim. Se fosse cumprida por todos os elos da cadeia (fabricantes, comerciantes, órgãos de fiscalização e agricultores), os danos provocados pelos venenos agrícolas seriam consideravelmente menores.
Para começar, a legislação proíbe o registro de produtos que revelem características teratogênicas (ou seja, que provoquem malformação fetal), carcinogênicas (que provoquem câncer) ou mutagênicas (que provoquem mutações genéticas), que provoquem distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor ou mesmo danos ao meio ambiente. A questão é que em grande parte das vezes não é simples comprovar a existência desses efeitos. É muito comum que os danos provocados pelos agrotóxicos não sejam evidenciados na fase de testes e apenas venham a ser conhecidos após sua introdução no meio ambiente e no contato com as pessoas.Daí a importância da Reavaliação da segurança ambiental e à saúde de produtos agrotóxicos, que deve ocorrer sempre que uma alteração no nível de risco de um produto é verificada. As alterações de riscos à saúde, por exemplo, podem advir do avanço dos conhecimentos científicos sobre os produtos, de alertas provocados por observações epidemiológicas, de casos de intoxicação notificados, entre outras possibilidades. Até mesmo o fato de outros países terem proibido um determinado agrotóxico representa uma alteração do nível de risco. E esta reavaliação pode, entre outras medidas, levar ao cancelamento do registro.

Mas o que tem acontecido na prática é que os órgãos têm enfrentado muitas dificuldades para conduzir as reavaliações. Em 2008, a Anvisa publicou uma lista de 14 agrotóxicos a serem reavaliados. Mas no mesmo ano o trabalho de reavaliação toxicológica foi marcado por longa batalha judicial contra liminares favoráveis às empresas, que tentaram impedir na Justiça a Anvisa de conduzir os estudos. Em alguns casos, o Ministério da Agricultura associou-se às empresas de agrotóxicos tentando impedir a Anvisa de realizar seu trabalho. Os estudos somente foram retomados após vários meses.

De lá para cá, a Anvisa concluiu a reavaliação de 5 daqueles 14 agrotóxicos, determinando a proibição (imediata ou programada) de 4. Mas, supreendentemente, a história nem sempre acaba aí. O caso do metamidofós é um exemplo: o fim da sua comercialização está programado para dezembro de 2011. Com a proximidade da data, um dos fabricantes do veneno conseguiu uma nova liminar, em junho último, permitindo a continuidade da fabricação e da venda do produto. Somente em 5 de setembro o Tribunal Regional Federal – TRF de Brasília suspendeu a liminar e voltou a vigorar a decisão da Anvisa pela proibição.

Há ainda outros mecanismos importantes previstos na legislação – não só na lei federal, mas também em diversas leis estaduais. Há estados, por exemplo, que determinam a proibição de agrotóxicos que já tenham sido banidos em seus países de origem, em outros a lei determina que as secretarias de meio ambiente, saúde e/ou agricultura conduzam, de forma permanente, o monitoramento da presença de resíduos de agrotóxicos no ar, na água, no solo e em alimentos. Infelizmente, entretanto, nada disso é cumprido. Em suma, o maior desafio neste campo é o próprio cumprimento da legislação que já existe.

IHU On-Line – Por que agrotóxicos proibidos em outros países são permitidos no Brasil?Flavia Londres – Justamente pelas dificuldades em se conduzir e concluir as reavaliações toxicológicas. Além das batalhas judiciais, há também as pressões políticas sofridas pela equipe técnica da Anvisa, vindo não só das empresas fabricantes dos produtos em reavaliação, mas tambémde parlamentares ligados ao agronegócio, por exemplo.

Além disso, embora a Anvisa seja soberana quanto ao resultado de uma reavaliação toxicológica, a decisão da retirada de um ingrediente ativo do mercado é tomada por um Comitê do qual também participam o Ministério da Agricultura e o Ibama. E, via de regra, o Ministério da Agricultura se opõe ao banimento dos produtos, alegando prejuízos econômicos para os agricultores. É para acomodar esse tipo de problema que em alguns casos são determinados os chamados “banimentos faseados”, em que se estabelecem prazos, por vezes de até dois anos, para que o uso do produto seja descontinuado e finalmente cessado.

IHU On-Line – Quais as implicações do uso de agrotóxico na agricultura? É possível vislumbrar uma agricultura sem o uso de agrotóxico? Qual seria a alternativa?

Flavia Londres – Não há possibilidade de uso de agrotóxicos sem a contaminação do meio no qual a lavoura se encontra. Estimativas da Embrapa, por exemplo, indicam que, mesmo quando todas as regras de aplicação são cumpridas, em média apenas metade do que é pulverizado atinge o alvo (no caso, as plantas a serem “tratadas”). O resto escorre para o solo, comumente contaminando águas subterrâneas, ou segue pelos ares para contaminar outras áreas.

Além disso, a ideia do chamado “uso seguro”, segundo a qual o uso de equipamentos de proteção e a observação das recomendações técnicas evitariam os casos de intoxicação dos trabalhadores rurais, mostra-se, na prática, absolutamente impossível – seja pela dificuldade de se seguir no campo todas as recomendações de segurança, seja pela própria incapacidade destes métodos de fornecer real segurança.

E, contrariando a tese de que dependeríamos dos agrotóxicos para alimentar uma população crescente, existem infinitas experiências que mostram ser possível alcançar boas produtividades a baixíssimo custo através de sistemas ecológicos de produção. Trata-se de sistemas diversificados, de baixo impacto ambiental, capazes de produzir alimentos saudáveis e contribuir para a promoção da segurança alimentar e nutricional.Esses sistemas não se aplicam ao modelo do agronegócio: é evidente que em vastas extensões de monoculturas, nas quais se eliminam completamente os elementos da paisagem natural, reduz-se a biodiversidade ao extremo e exaure-se o solo, torna-se impossível produzir de maneira sustentável.

Os sistemas agroecológicos, ao contrário, são adaptados à realidade da agricultura familiar e reforçam a proposta de outro modelo de desenvolvimento para o campo, que prevê a repartição das terras e a produção descentralizada, que possa empregar muita mão-de-obra, dinamizar economias e abastecer mercados locais com alimentos saudáveis.

IHU On-Line – Quais são principais irregularidades cometidas pelos agricultores ao utilizar agrotóxicos?

Flavia Londres – Não há, na prática, um controle eficaz sobre o uso de agrotóxicos. Há, por outro lado, muita carência de assistência técnica e informação por parte dos agricultores. Muito comumente quem faz a recomendação de que produtos aplicar e em que dosagens se deve fazê-lo são os vendedores das casas agropecuárias. Consequentemente, é comum frequente o uso de agrotóxicos não autorizados para as culturas tratadas, o uso de dosagens acima do permitido e o não cumprimento dos períodos de carência (intervalo de tempo exigido entre a última aplicação e a comercialização do produto). Há atualmente também muitos produtos sendo contrabandeados para o país – alguns, inclusive, já proibidos ou que nunca foram autorizados no Brasil. Tudo isso leva os produtos que consumimos a apresentarem níveis de resíduos considerados prejudiciais à saúde.

A pulverização aérea é outro grave exemplo. A legislação determina distâncias mínimas de aplicação em relação áreas residenciais e cursos d’água, bem como a observação das condições meteorológicas, buscando minimizar a deriva do veneno para áreas vizinhas à lavoura. Mas nada disso é cumprido.

A destinação inadequada de embalagens vazias é outro grave problema. Embora a construção e o gerenciamento dos postos e centrais de recolhimento de embalagens sejam uma obrigação para os fabricantes de venenos, ainda são poucos os lugares que contam com este tipo de estrutura. Em alguns casos, a instalação só foi possível a partir da mobilização da sociedade e intervenção do Ministério Público. Muito comumente as embalagens são abandonadas ao relento ou descartadas no lixo comum, liberando resíduos tóxicos que contaminam o solo e a água.

Também o uso de equipamentos de proteção pelos aplicadores das caldas tóxicas, exigido pela legislação, é coisa rara de se ver no campo.

IHU On-Line – Como o cidadão pode identificar e notificar casos de intoxicação alimentar gerada por alimentos com agrotóxicos?

Flavia Londres – Há basicamente três tipos de intoxicação. A intoxicação aguda é aquela cujos sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição ao veneno. Normalmente, trata-se de exposição, por curto período, a doses elevadas de produtos muito tóxicos. Os efeitos podem incluir dores de cabeça, náuseas, vômitos, dificuldade respiratória, fraqueza, salivação, cólicas abdominais, tremores, confusão mental, convulsões, entre outros. Ela pode ocorrer de forma leve, moderada ou grave, dependendo da quantidade de veneno absorvida, e em muitos casos pode levar à morte.

A intoxicação subaguda ou sobreaguda ocorre por exposição moderada ou pequena a produtos alta ou medianamente tóxicos. Os efeitos podem aparecer em alguns dias ou semanas. Os sintomas podem incluir dores de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago, sonolência, entre outros.E a intoxicação crônica caracteriza-se pelo surgimento tardio: aparecem apenas após meses ou anos da exposição pequena ou moderada a um ou vários produtos tóxicos. Os sintomas são normalmente subjetivos e podem incluir perda de peso, fraqueza muscular, depressão, irritabilidade, insônia, anemia, dermatites, alteraação hormonal, problemas imunológicos, efeitos na reprodução (infertilidade, malformações congênitas, abortos), doenças do fígado e dos rins, doenças respiratórias, efeitos no desenvolvimento da criança, entre outros.

A intoxicação provocada pelo consumo de alimentos com altos níveis de resíduos de agrotóxicos é aquela do tipo crônico e, nestes casos, é muito difícil comprovar a relação da doença desenvolvida com a exposição a agrotóxicos através da alimentação ao longo da vida – sobretudo porque é praticamente impossível aos consumidores relatar a que tipos de agrotóxicos estiveram expostos através da ingestão de produtos contaminados. É importante, de todo modo, que o paciente, ou seus parentes, colegas de trabalho etc., relatem ao profissional de saúde todas as informações necessárias a uma avaliação completa sobre o contexto em que a doença se desenvolveu e qualquer possibilidade de relação entre a doença desenvolvida e a exposição algum tipo de veneno agrícola.

Quanto à notificação, ela deve ser feita pelo profissional de saúde que fizer o atendimento à pessoa intoxicada. Os dois principais sistemas de registro e notificação de intoxicações por agrotóxicos são o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas – Sinitox, gerenciado pela Fiocruz, e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan, gerenciado pelo Ministério da Saúde.

Para os casos de intoxicação aguda, existe um serviço chamado Disque Intoxicação: 0800-722-6001. Ele é gerenciado pela – Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica – Renaciat . Quem atende é um profissional treinado para dar orientações em casos de intoxicações ou acidentes com agrotóxicos, animais peçonhentos, produtos saneantes e medicamentos. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano. A ligação é gratuita e os dados relatados viram notificações dos casos de intoxicação.

IHU On-Line – O que acha do eufemismo de chamar agrotóxico de defensivo agrícola?

Flavia Londres – A chamada Lei dos Agrotóxicos (Lei 7.802/1989) traz, em seu Art. 2º, a definição dos “Agrotóxicos e afins”. Este é o termo técnico adotado pela legislação para designar os venenos agrícolas.

Entretanto, os promotores do seu uso, fabricantes de venenos e lideranças do agronegócio, insistem em chamá-los de “defensivos agrícolas” – uma expressão mais suave, que omite os riscos associados a estes produtos. Muitos jornalistas acabam também adotando esta terminologia acreditando estarem usando uma linguagem mais técnica.

Acho importante insistirmos no uso da denominação oficial, “agrotóxicos”, pois ela cumpre o papel de revelar que se trata de produtos perigosos, que implicam em risco para quem os manipula.

IHU On-Line – Ainda há muita dificuldade de se discutir o uso de agrotóxicos no Brasil? Por quê?

Flavia Londres – Este tema vem ganhando evidência no Brasil a partir de 2008, desde que o país conquistou o terrível título de campeão mundial no uso de agrotóxicos. Mas é fato que há ainda muita dificuldade de se discutir o enfrentamento dessa questão, sobretudo com o governo e os órgãos que deveriam fazer o trabalho de fiscalização e controle. O país vem investindo de maneira estratégica neste modelo de agricultura produtora de commodities para exportação; há interesses muito grandes envolvidos aí. E há consequentemente uma reação muito forte capitaneada, sobretudo, pela bancada ruralista, que busca bloquear qualquer tipo mudança que implique em restrições ao uso dos venenos.

Além disso, há muita falta de informação por parte da população e mesmo dos agricultores. Este assunto é também por muitos considerado demasiado técnico, difícil. Daí a enorme importância da divulgação e popularização do conhecimento a esse respeito.

Justamente buscando contribuir para a superação desta dificuldade é que acabamos de lançar o livro Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida, uma iniciativa da Articulação Nacional de Agroecologia – ANA e da Rede Brasileira de Justiça Ambiental – RBJA. Trata-se de um material de consulta, em que o leitor encontrará informações relevantes sobre a legislação de agrotóxicos – para com elas mobilizar ações no sentido de exigir seu cumprimento; sobre os programas de monitoramento de resíduos de venenos nos alimentos – para cobrar a sua expansão e aperfeiçoamento e assim promover o acesso a alimentos menos contaminados; sobre como identificar, encaminhar, notificar e prevenir casos de intoxicação – e com isso melhorar o apoio às populações sujeitas aos riscos dos efeitos dos venenos sobre a saúde; e sobre os processos de reavaliação toxicológica dos agrotóxicos autorizados no Brasil – para então organizar o apoio à luta pelo banimento de produtos perigosos. A publicação traz também casos reais de intoxicação e de contaminação ambiental, bem como apresenta, ao final, caminhos para a articulação e a mobilização das pessoas e organizações que não se conformam em aceitar passivamente o envenenamento massivo dos campos, das cidades, da água, do ar e das pessoas.

Por IHU On-Line
Fonte:.ecoagencia.com.br

NASA e Japão anunciam novo mapa topográfico da Terra



A Agência Espacial Norte-americana (Nasa) divulgou no dia 17 de outubro de 2011, uma nova versão do mais completo e detalhado modelo digital dos relevos terrestres, que abrande todo o planeta. Feito em parceria com o Japão, o mapa 3D da topografia do planeta abrange 99% da massa terrestre, cobrindo de 83º latitude norte a 83º latitude sul.

USGS - science for a changing world
ASTER Global DEM

O mapa, definido como um modelo de elevação digital global, foi criado a partir de imagens coletadas pelo Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer (ASTER), do Japão. As imagens de estereoscopia são produzidas pela fusão de duas imagens bidimensionais levemente deslocadas, criando um efeito 3D de profundidade.

A primeira versão do mapa foi lançada em junho de 2009, em cooperação entre a Nasa e o Japão. A nova versão teve um acréscimo de 260 mil pares de imagens estereoscópicas, resultando em uma cobertura global de cerca de 99%. Além disso, possui imagens com resolução maior, maior acurácia horizontal e vertical, permitindo visualizar corpos dágua muito pequenos, de apenas 1 km.

ASTER

Os dados para obtenção do mapa forma coletados com o instrumento japonês ASTER, a bordo do satélite Terra desde 1999. O ASTER é um dos cinco instrumentos lançados ao espaço em 1999. Ele faz imagens de comprimentos de luz visíveis e infravermelhos, com resolução entre 15 e 90 metros.

Aster

LATEST FEATURED IMAGE FROM ASTER:
Franz Josef Land, Russia
Franz Josef Land is an archipelago in the far north of Russia.

O mapa se encontra disponível online e sem custos.
https://lpdaac.usgs.gov/about/news_archive/monday_october_17_2011

FONTE

Portal MundoGeo
Alexandre Scussel
Links referenciados (GDEM)  Global Digital Elevation Model
http://asterweb.jpl.nasa.gov/

Agência Espacial Norte-americana
http://www.nasa.gov/


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A gigante de couro pode atingir dois metros de comprimento e pesar até 750 kg.