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quarta-feira, 20 de junho de 2012

BBC HD chega ao Brasil e aposta na vida selvagem


Recém-lançado, canal também prevê a série sobre a fauna brasileira 'The Wild Brasil' para 2014


A série "Planet Earth Live"


Jana Benett, presidente da BBC Worldwide Networks, braço comercial da rede britânica: 'Esse é o momento de investir no Brasil'

O fato de o Brasil ter mais domicílios com TV do que com geladeira foi o que mais impressionou a equipe da BBC na pesquisa sobre o País, contou, em entrevista ao Estado, a presidente da BBC Worldwide Networks, Jana Bennett, que há 20 anos visita o País a trabalho. “Vocês têm uma cultura televisiva incrível e há uma tremenda projeção do crescimento do HD. Esse é o melhor momento para investir.”

O BBC HD conseguirá se adequar à nova lei da TV paga (que prevê conteúdo nacional em horário nobre) já em setembro?

Sim. Vamos começar com a série Recortes do Brasil, do Canal Futura, sobre meio ambiente, história e cultura. Depois, queremos investir em música brasileira, em uma série sobre a selva da América do Sul, e na série The Wild Brasil, já em produção. Já a dramaturgia é um plano para quando o canal estiver estabelecido.

O que você achou dessa lei?

Acho que essa lei pode nos beneficiar, porque permite que canais estrangeiros se conectem mais com a cultura brasileira, aumentando a atratividade e importância do canal no País. E vamos produzir conteúdo que poderá ser exportado, o que é ótimo, ainda mais agora, com os olhos do mundo voltados ao País, por causa da Copa e da Olimpíada. Temos é que ser criativos, com abordagens de relevância e apelo mundiais, mas que falem diretamente com o povo brasileiro.

Vocês vão continuar a vender conteúdo para outros canais?

O número de produções da BBC não cabe num único canal. E é bom que nossos programas fiquem conhecidos do grande público. Então, sim, continuaremos a vender programas. Mas claro que precisamos fortalecer o canal BBC HD no Brasil. O que pode acontecer é o Fantástico, da Globo, agora exibir nossos documentários editados, e a íntegra ficar reservada para o canal pago.

Que conteúdo vocês acham que os brasileiros preferem?

Só com o canal no ar veremos o que funciona. Música britânica tem público aqui, vide o Rock in Rio. Sherlock é uma trama universal e foi bem recebida em muitos países. Mas aposto em Top Gear (programa automobilístico). Aqui é o país do Ayrton Senna, vocês amam carros. E, ainda que não tenhamos data para levar ao ar, acho que shows como oDancing with the Stars podem dar certo.

Presente no Brasil, via rádio, desde 1938, a rede britânica BBC demorou a ter no País um canal próprio para escoar suas milhares de produções de entretenimento, entre documentários, séries de ficção e reality shows, comercializados pelo mundo todo. Mas agora, com o recém-lançado BBC HD - canal presente nos pacotes mais caros da Net (e, ao menos nos próximos quatro meses, exclusivo da operadora), pretende recuperar o tempo perdido. Pelo menos nesse início em terras brasileiras, o canal terá a maior parte da grade voltada à vida selvagem e documentários sobre ciência e culturas. E há uma razão para isso. "Nossa audiência, em qualquer parte do mundo, é aficionada pelos documentários", disse o produtor executivo Tim Scoones.

Há 20 anos dedicado a programas de vida selvagem, Scoones é também responsável pela maior aposta do canal para capturar a audiência brasileira neste primeiro mês de vida: a série Planet Earth Live, um docu-reality que demandou custos da ordem de US$ 7 milhões, para uma produção de apenas um mês - e que aqui estreia hoje, às 20 horas.

Ideia que demorou dez anos para sair do papel e 18 meses para ser preparada, Planet Earth Live mostra a rotina pela sobrevivência de seis filhotes de diferentes espécies, em maio passado, tido como mês crítico em vários continentes, pelos eventos climáticos e biológicos associados à primavera no Hemisfério Norte e ao outono no Sul. São famílias de elefantes e de leões, no Quênia; de ursos-negros, em Minessota, nos EUA; de macacos, no Sri Lanka; de suricatos na África do Sul; e de baleias-cinza no Pacífico.

A audácia da série está no fato de que, no Reino Unido, ela foi exibida quase ao vivo, com cinegrafistas e apresentadores interagindo com alguns dos animais. Lá, porém, esse "quase ao vivo" gerou críticas, já que a propaganda anunciava "imagens em tempo real de criaturas magníficas" e pouco tempo foi dedicado a imagens realmente ao vivo.

Aqui, porém, a série já chega devidamente editada, em seis episódios (no ar às terças e quintas), com belas imagens e muito apelo dos reality shows. "Não é o Big Brother, mas também parece uma novela, com drama e cenas de bastante emoção", explica Scoones. "Contamos um mês de história na vida desses animais, mas o roteiro foi a natureza quem escreveu. É um reality show sem celebridades fake."

The Wild Brasil. Com apenas três semanas de existência, o BBC HD já entra no País com a obrigação de cumprir a nova lei da TV paga (Lei n.º 12.485/11), que prevê exibição de conteúdo nacional feito por produtora independente em horário nobre a partir de setembro. Por enquanto, a BBC conversa com as produtoras Mixer e Bossa Nova Films, mas segundo executivos do canal, nos últimos meses aumentou a procura por produtoras brasileiras interessadas em firmar parcerias com a rede.

O único projeto fechado até agora é com a Bossa Nova, na série The Wild Brasil, prevista para janeiro de 2014, com três episódios de uma hora. "Já estamos gravando na caatinga do Piauí e, em breve, vamos para o Cerrado, para o Pantanal e Amazônia", conta o produtor da Unidade de História natural da BBC, Joe Stevens, que mora no Brasil.

Segundo Tim Scoones, não se trata de um reality, mas de uma série selvagem tradicional e, apesar de retratar a natureza de locais batidos, a produção vai fugir dos clichês. "Jacarés do Pantanal, todo mundo já viu aos montes. Mas estamos investindo em qualidadade, em câmeras que ficam estáveis na proa dos botes, aviões e helicópteros. Vamos poder segui-los rio abaixo e nos aprofundar em espécies que nem mesmo os braileiros conhecem direito, além de poder divulgar o trabalho dos cientistas do País", garante Scoones.

ALLINE DAUROIZ - O Estado de S.Paulo

"Faltou decisão", diz FHC sobre texto final da Rio+20



"Faltou mais decisão". O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou nesta quarta-feira, no Forte de Copacabana, o documento final da Rio+20. Ele classificou o texto como "um pouco decepcionante" e também disparou contra os chefes de estado e de governo reunidos no Riocentro. FHC disse que, aparentemente, eles "querem escapar desse compromisso".

Esta é a opinião do ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso acerca do texto final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que foi encaminhado aos chefes de Estado para o início das discussões nesta quarta, dia 20.

"Acho que a ideia de desenvolvimento sustentável tem que incluir não só o combate à pobreza e às injustiças, mas também respeito aos limites da natureza. Não é que a Terra vai acabar, é a humanidade que vai acabar", afirmou FHC em encontro com os presidentes da Fiesp, Paulo Skaf, e da Firjam, Eduardo Eugênio Gouveia, no mesmo hotel em que o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com o chefe de Estado francês, François Hollande. "Não vim para encontrar nenhum dos dois", deixou claro.

Para FHC, os governos dos mais de 190 países que participam da Rio+20 deveriam ser mais efetivos em busca de soluções práticas para o planeta. "Participei de uma reunião dos The Elders (grupo de líderes globais, com prêmios Nobel de química e física) e eles são claros em dizer que a partir de 2015 é irreversível. Os governos, a meu ver, deveriam ser mais afirmativos nas conclusões", afirmou, citando também que o texto "poderia ter sido mais agressivo no sentido de tratar das causas do aquecimento global".

O documento final da Rio+20

O documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, aponta que os temas polêmicos e sem consenso ficarão para uma próxima cúpula. O documento, concluído na madrugada de terça-feira, tenta apaziguar o impasse com uma redação generalista sobre investimentos e metas.

No texto amplo, os aspectos sociais são destacados, ressaltando o esforço conjunto para a erradicação da pobreza, a melhoria na qualidade de vida e o ser humano no centro das preocupações. O documento tem 49 páginas, uma a menos que o texto anterior concluído no sábado. Inicialmente, o material chegou a ter 200 páginas, depois foi reduzido a 80, em seguida para 50 e agora para 49.

O documento está dividido em seis capítulos e 283 itens (o anterior tinha quatro a mais). Os capítulos mais relevantes são os que tratam de financiamentos e meios de implementação (relacionados às metas e compromissos que devem ser cumpridos).

De um total de 193 delegações, apenas os representantes dos países desenvolvidos, liderados pelos Estados Unidos e pela União Europeia, resistiam a fechar o rascunho em nível técnico. Os europeus insistiam em levar a discussão para os ministros de Estado.

Financiamentos e Tecnologia

Exatamente como queriam os países ricos, foram excluídos os detalhes sobre repasses financeiros, a imposição de cifras, a criação do fundo para o desenvolvimento sustentável, especificações sobre economia verde e transferência de tecnologia limpa. O Brasil e vários países em desenvolvimento defendiam a criação do fundo anual de US$ 30 bilhões, a partir de 2013, e que alcançaria US$ 100 bilhões, em 2018. Mas os países desenvolvidos rejeitaram a proposta.

A proposta do fundo foi substituída por vários parágrafos, nos quais são estabelecidos compromissos conjuntos, como a criação de um fórum para apreciar o tema a partir de nomeações da Assembleia Geral e da parceria com as agências da Organização das Nações Unidas (ONU).

No texto há, ainda, seis itens com recomendações para os países fortalecerem as parcerias para a transferência de tecnologia limpa. Mas sem impor normas, pois a questão divide os países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Em situações de impasse, o documento sugere que os ricos colaborem para o desenvolvimento sustentável, ação que vale também para as questões relativas à capacitação e ao comércio.

Preocupação Social

Em praticamente todo o texto, há uma preocupação clara e explícita com as questões sociais o que, para os negociadores brasileiros, indica um avanço. Ao longo do documento, há a recomendação pelo esforço de erradicar a pobreza e garantir o desenvolvimento sustentável com inclusão social. No primeiro capítulo a ordem é explícita.

"Reafirmamos também a necessidade de se alcançar o desenvolvimento sustentável: a promoção sustentada, inclusiva e justa do crescimento econômico, criando maiores oportunidades para todos, reduzindo as desigualdades, elevar os padrões básicos de vida, promoção do desenvolvimento social equitativo e inclusão, e promover a gestão integrada e sustentável dos recursos naturais recursos e dos ecossistemas que suportam nomeadamente econômico, desenvolvimento social e humano, facilitando a conservação do ecossistema, regeneração e recuperação e resistência em face de novos desafios e emergentes", diz o texto.

Exatamente como no rascunho anterior, concluído no fim de semana, o texto dá atenção privilegiada à África. A recomendação é que todos se unam na tentativa de ajudar os países africanos, embora ressalte que isso já ocorre. "Notamos que a ajuda à África tem aumentado nos últimos anos. No entanto, ela ainda está aquém em compromissos que foram feitos anteriormente. Ressaltamos a prioridade fundamental para a comunidade internacional de apoiar os esforços sustentáveis de desenvolvimento de África", diz o documento.

Economia Verde

Um dos itens mais polêmicos debatidos ao longo dos últimos dias foi o conceito de economia verde. Há divergências de interpretação e compreensão entre países desenvolvidos e os em desenvolvimento. No caso dos países ricos, a preocupação está relacionada com as questões relativas à produção, ao consumo e à comercialização de mercadorias. Para evitar controvérsias, foram colocadas recomendações gerais.

"Afirmamos que existem diferentes abordagens, visões, modelos e ferramentas disponíveis para cada país, de acordo com suas circunstâncias e prioridades nacionais, para alcançar o desenvolvimento sustentável nas suas três dimensões que é o nosso objetivo primordial", diz o texto. Em seguida, há 16 recomendações (antes eram 15) sobre como inserir o conceito de economia verde nos esforços pelo desenvolvimento sustentável e pela inclusão social, respeitando a soberania nacional.

Há menções para os esforços conjuntos para transformar o mundo em uma sociedade equitativa e com oportunidades para todos, assim como aumentar o "bem-estar dos povos indígenas em suas comunidades", assim como para mulheres, crianças, jovens e pessoas com deficiência.

No capítulo sobre temas específicos, são mencionados erradicação da pobreza; segurança alimentar e nutricional e agricultura sustentável; energia; turismo sustentável; transporte sustentável; cidades sustentáveis e assentamentos humanos; saúde e população; promoção de emprego pleno e produtivo e do trabalho digno para todos com garantias de proteções sociais e oceanos, além de estados insulares.

Na parte final do documento, há recomendações sobre os esforços para reduzir os riscos de desastres que se refere a medidas que devem ser adotadas para alertar sobre perdas de vidas e os danos econômicos e sociais causados por essas situações. No ano passado, o Japão viveu um dos piores terremotos da sua história, enquanto Haiti e Chile ainda tentam se recuperar dos tremores de terra recentes.

No capítulo sobre mudança climática, a preocupação é evidente, mas não há recomendações pontuais sobre o mínimo e o máximo, por exemplo, permitidos de emissão de gases de efeito estufa. "Estamos profundamente preocupados que todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, que são vulneráveis aos impactos adversos das alterações climáticas e estão experimentando os impactos aumento incluindo a seca persistente e eventos climáticos extremos, elevação do nível do mar, erosão costeira e acidificação dos oceanos, ameaçando ainda mais a segurança alimentar e os esforços para erradicar a pobreza e alcançar o desenvolvimento sustentável", diz o documento.

Greenpeace e WWF advertem sobre fracasso da Rio+20




Balão da ONG World Wildlife Fund (WWF) é montado do lado de fora do Riocentro, onde acontece a Rio 20

As ONGs Greenpeace e WWF condenaram duramente o projeto do acordo individual discutido nesta terça-feira na conferência da ONU Rio+20, e advertiram que a cúpula pode se converter em um fracasso se os líderes mundiais não vierem "ao resgate".

"A Rio+20 se transformou em um fracasso épico. A conferência falhou em termos de equidade, ecologia e economia", considerou Daniel Mittler, diretor de Políticas Públicas do Greenpeace em um comunicado divulgado nesta terça-feira, ao avaliar o projeto entregue nesta terça-feira pelo Brasil às delegações. "Eles nos prometeram o 'futuro que queremos' (nome que a declaração final terá), mas agora seremos reconhecidos apenas como uma máquina contaminadora que vai cozinhar o planeta, esvaziar os oceanos e destruir as florestas tropicais", seguiu Mittler, sem esperanças de que o debate desta terça-feira consiga "apenas um pequeno progresso".

O Brasil, que conduz a negociação, havia indicado sua intenção de fechar o acordo na segunda-feira, antes que uma centena de chefes de Estado e de governo começassem a chegar ao Rio. Mas diante da falta de acordo, as negociações foram adiadas para terça-feira, e as delegações debatem atualmente um texto consolidado apresentado pelo Brasil em uma reunião plenária. "Depois de dois anos de negociações, temos um texto que só gera mais processos. Isto é significativamente decepcionante. A linguagem é fraca e o resultado não se aproxima do que as pessoas e o planeta precisam", disse Lasse Gustavsson, chefe da delegação do Fundo Mundial da Natureza (WWF) na Rio+20.

Os líderes mundiais começam a chegar nesta terça-feira ao Rio, na véspera da cúpula Rio+20, que começa na quarta-feira. "Precisamos agora que os líderes mundiais venham ao resgate das negociações ou veremos mais pobreza, mais conflito e mais destruição ambiental", acrescentou Gustavsson.

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